domingo, 13 de janeiro de 2008

Impressões digitais da República

Uma homenagem aos republicanos de São Borja, autores da Moção Plebiscitária de 13 de janeiro de 1888, que percorreu câmaras de vereadores, assembléias provinciais até chegar ao congresso nacional da época, propondo um plebiscito pela República.

O coronel estancieiro mestiço Aparício Mariense da Silva (sentado, esquerda) e o autodidata humanista, filho de mascate português com nativa paraguaia, Francisco Gonçalves Miranda (sentado, meio) são os caras.

O episódio quase epílogo foi arquivado como questão das câmaras pela história oficial porque o golpe militar dos marechais ainda dá mais Vox Populi por aqui. A Radioweb República, impressão digital do som, nasce justamente num treze de janeiro porque essa história não acabou, ainda vai dar muito pano para a manga. E depois, república é lugar de roto falar de descosido e vice-versa.

Os são-borjenses Cezar Brites e Eduardo Martinez e o itaquiense Fábio Dornelles, estudantes de jornalismo na Unipampa de São Borja, resolveram pegar carona nesse fato histórico tão desconhecido nas comemorações republicanas.

Afinal, deve pensar a elite burocrática nacional, o que essa gente do fim do mundo, lá na fronteira com a Argentina, pensa que é com essa mania de entrar para a história. Não há no curto prazo (para ser econômico) desafio mais interessante, justamente quando a idéia é jogar na rede uma radioweb com alguma identidade.

Seguindo a mesma linha de raciocínio, a palavra chave é resgate. E vai se refletir na programação musical também. Cadê a MPB que estava aqui? Cadê o nativismo que fazia pensar e querer mudar? Cadê a música latino-americana, substituída pela estadunidense e européia, como se fosse algo mais próximo e naturalmente inquestionável? Cadê, enfim, a nossa parte de nós?

A República não tem a pretensão de responder e resolver. Ao contrário, a impressão digital do som quer questionar tudo, criticar, autocriticar e, se tiver sabedoria suficiente, ouvir nossa música sem excluir a dos outros. Apenas vai botar cada coisa em seu devido lugar, sem preconceito, a não ser contra a falta de qualidade.

Há 120 atrás a Câmara de Vereadores de São Borja propôs o primeiro plebiscito da história do Brasil. A proposta dos plebiscitários do século dezenove transitou oficialmente pelos diversos níveis do poder legislativo nacional até provocar a reação do império.

Resultado: a Câmara de Vereadores de São Borja foi fechada e os vereadores que votaram a favor da proposta foram colocados de castigo, exilados no outro lado do rio Uruguai, em Santo Tomé, Argentina.

A grande ironia nisso tudo é que o primeiro plebiscito brasileiro acabou envolvendo um são-borjense, João Goulart, encarando uma das etapas do processo de deposição do seu governo, o parlamentarismo golpista.

Entre os plebiscitários, Francisco Miranda teve atuação destacada na imprensa pública e privada do estado e do país. Escreveu mais de 200 artigos no Correio do Povo com os pseudônimos de FGM, FM e Lydio Cascaes Manhães até 10 de junho de 1920.

Pesquisou e redigiu o documento oficial sobre a história da Imprensa Nacional, no Rio de Janeiro, no primeiro centenário da independência. Foi nomeado para o cargo de auxiliar de escrita pelo também são-borjense, ministro da Fazenda de Epitácio Pessoa, Homero Baptista.

E por aí vai. O blogue da República vai trazendo essa história. Um pouco a cada dia. Há braços...

13 comentários:

Anônimo disse...

Muito bem-vindos à blogosfera! O RS Urgente já está linkado e atento à Rádio República. Grande abraço e parabéns pela iniciativa.

Anônimo disse...

Bem vindos.

Anônimo disse...

Teresinha Carpes comenta;Benvindos companheiros!Nós internautas só temos prestigiar e comparecer!Abs

Anônimo disse...

Viva a República!

Abraço e bom trabalho!

Anônimo disse...

Parabéns e sejam bem vindos.

Rita Queiroz disse...

Mais uma!

To ouvindo aqui!!

Carlos Eduardo da Maia disse...

Boa idéia e boa luta, mas sem preconceitos com a boa música que é mundial e com os bons investimentos. Sucesso!

Anônimo disse...

Parabéns pela iniciativa. Estudo jornalismo no CESNORS/UFSM, em Frederico Westphalen e tô morrendo de inveja. Vou divulgar pros colegas e amigos das regioes de Frederico e Tres Passos.

Sucesso

Bragarowski

Anônimo disse...

A notícia isenta de ideologia política inexiste em nosso país. Por exemplo: RBS, GLObo, veja e outros jornalecos facistas!! Agora inventaram a "febre amarela" coisa ridícula de noticiário tendencioso!!! Meus parabéns !!!

Tomacaúna disse...

Mas que beleza! Grande iniciativa. Viva a UNIPAMPA... mudando a cara de SB! Parabéns e um abraço republicano de um são-borjense (auto-exilado).

Unknown disse...

Parabéns pelo lançamento da Radioweb República. Por aqui, já passamos a ser ouvintes assíduos deste novo endereço da blogsfera.
Jota Charrua,
bancadagaucha

Anônimo disse...

Saúde e felicidades.

Diretamente de Sampa, armando

Anônimo disse...

Essa é a impressão digital do som da República! Nunca antes, na história deste país, houve iniciativa como essa! Parabéns! Brasil, acima de tudo!